A vacina oral da poliomelite bivalente, que antes era feita com duas doses de reforço através de gotinhas, agora será aplicada em uma única dose de forma injetável. A mudança proposta pelo Ministério da Saúde passa a valer a partir do dia 4 de novembro.
A coordenadora da Divisão Estadual de Imunização e do Programa Nacional de Imunização PNI de Acre, Renata Aquiles, fala que o Estado já está preparado para ampliar a cobertura vacinal desse público-alvo e os motivos dessa importante mudança. “Hoje o Brasil e a região das Américas encontram-se numa situação, não vou dizer confortável, mas de segurança em relação à presença do vírus da poliomelite aqui, o que nos faz dar esse avanço, esse grande passo em relação à modernização da vacina. Eu sei que dá tristeza nos pais trocar a gotinha pela furadinha, mas a vacina da furadinha ela é mais completa, ela previne contra os três tipos de poliomielite e a da gotinha só previne dois, então por isso que a gente precisou avançar mesmo sabendo que estaríamos aí privando as crianças da gotinha.”
Segundo informações da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDES), até o mês de agosto o Acre já estava com mais de 80% da cobertura vacinal com a VIP, indicada para o esquema de vacina contra a poliomielite para crianças e adolescentes até 19 anos e mais de 71% da polio oral bivalente.
A coordenadora reforça que a nova vacina que substitui a gotinha não precisa de uma segunda dose de reforço, mas a faixa etária deve ser respeitada. “Toda criança dos dois meses de vida já inicia o seu esquema de vacinação contra a poliomielite. São três doses, dado no esquema básico, já com a furadinha, aos dois, quatro e seis meses de vida, e antes, somente o reforço era feito aos 15 meses e aos quatro anos com a gotinha. Hoje, a gente muda esse cenário para apenas um reforço com a furadinha, que é com a polio ativada, por ser justamente aquilo que eu falei, uma vacina mais forte, uma vacina mais segura e mais completa. Por isso, a necessidade de apenas um reforço”
Mais uma nova câmara fria com capacidade para 1 milhão e 600 mil doses foi providenciada para garantir maior estoque e cobertura vacinal, já que o tipo de imunizante requer mais cuidado em relação à conservação. “O Estado já vinha nesse movimento de ampliar a sua capacidade de armazenamento de vacinas. Hoje, a nossa capacidade já está em torno de 1 milhão e 600 mil doses. E com a ativação da câmara fria, a gente triplica essa capacidade. Com a mudança da gotinha para a vacina injetável, aumenta também a volumetria, aumenta o número de frascos a chegar no nosso estado, então isso só vem como uma medida positiva”, observou Aquiles.
O país está há 34 anos sem a doença, mas os cuidados não podem parar, a coordenadora faz um chamamento a todas as famílias acreanas. “Dia 4 de novembro é onde a gente realmente, verdadeiramente, inicia o reforço da polio emelite aos 15 meses de vida. A gente pede para que os responsáveis pelas crianças, sigam criteriosamente o calendário de vacinação”, concluiu.
Com informações do repórter Marilson Maia para TV Gazeta