A candidata Maria Zuila, filiada ao partido Agir, foi surpreendida ao descobrir que o nome dela apareceu na lista de candidatos a vereador sem ter recebido nenhum voto. Entre os últimos colocados, o nome de Zuila, produtora rural que vive na Vila Manuel Marques, na Transacreana, surgiu como se nem ela própria tivesse votado em si mesma.
Após o pleito, Maria Zuila procurou jornalistas para esclarecer que sequer sabia que estava oficialmente candidata. Segundo ela, um membro do partido a abordou pedindo que se candidatasse. Inicialmente, Zuila aceitou, mas ao tentar abrir a conta corrente obrigatória para candidatos, não conseguiu. Em seguida, informou ao partido que não pretendia mais concorrer.
“Eu disse para ele que desistiria da candidatura, e ele deveria ter ido cancelar meu nome como eu pedi. Tentei abrir a conta no banco, mas não consegui. Já fui candidata antes e conhecia o processo, mas não sabia como funcionava a desistência, por isso confiei em outra pessoa. Se soubesse, teria feito tudo sozinha para meu nome não estar agora nas redes sociais”, explicou Zuila.
A produtora rural foi avisada por amigos sobre a aparição na lista de candidatos, e logo surgiram insinuações de que teria se inscrito para obter recursos do Fundo Especial de Campanha, algo que ela nega categoricamente. “Estão me acusando de ter sido candidata só para pegar dinheiro público, o que é uma completa mentira. Nem conta no banco eu consegui abrir”, defendeu-se.
De acordo com a legislação eleitoral, os partidos são obrigados a destinar pelo menos 30% dos recursos públicos das campanhas para candidatas mulheres, tanto do Fundo Especial de Financiamento de Campanha quanto do Fundo Partidário.
Preocupada com o uso indevido do nome, Zuila afirmou que registrará um boletim de ocorrência contra o partido Agir, pedindo que expliquem por que a candidatura não foi retirada e se algum dinheiro foi movimentado em nome dela.
Matéria produzida pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta.