Motoristas relatam abuso de autoridade da polícia boliviana
Temendo novos assaltos, caminhoneiros ligados ao sindicato da categoria foram na manhã desta quarta-feira (17), ao gabinete do Secretário de Segurança Pública. Como aumentaram nos últimos meses os casos de roubosa veículos leves e caminhonetes e agora, alguns caminhões de pequeno porte também passaram a ser alvo dos bandidos, os proprietários dessa categoria, querem se resguardar.
Segundo o presidente do Sindicato dos Proprietários de Caminhões e Máquinas Pesadas (Sintraba), Júlio Farias, não era comum esse tipo de roubo, entre os associados. Contudo, na última semana, com o registro de mais um assalto, a categoria decidiu reagir. “A polícia vai ter que ser mais rápida, mais ágil. Nós estamos cobrando fiscalização na fronteira”, disse.
A reportagem da TV Gazeta relatou o caso do caminhoneiro que foi assaltado ao atender um telefonema solicitando frete. O assalto iniciou próximo a rotatória da corrente, no último dia 12, quando três elementos entraram no caminhão. “Fiquei com pés e mãos amarrados com minhas próprias roupas. Eles me levaram no ramal da Galiléia e lá fiquei de duas da tarde às sete da noite, quando confirmaram por telefone, que o caminhão já havia cruzado a Bolívia”, explica.
O trabalhador se emocionou ao relembrar os momentos de tensão que passou ao cruzar a fronteira com a Bolívia. “Nós chegamos de madrugada, no sábado, por volta de quatro horas, andamos por três delegacias até encontrar. Começou uma negociação. Os policiais bolivianos queriam sete mil reais para liberar, ofereci seis mil e eles liberaram meu caminhão”, disse.
A extorsão que o caminhoneiro afirma que sofreu foi relatada ao Secretário de Segurança, Emylson Farias. O Secretário admitiu ser uma situação delicada, mas que as medidas de proteção, serão tomadas. “Abuso de autoridade por policiais bolivianos diz respeito à soberania do país, precisamos ter alguns cuidados. Agora, estamos com barreira fixa em Plácido de Castro, estamos instalando barreira fixa com homens postados em Brasiléia e Epitaciolândia e também estamos colocando vídeo monitoramento em Brasiléia e Epitaciolândia”, explicou Farias.
Segundo o Sintraba, se não houver respostas, a categoria vai mobilizar um protesto fechando acessos na fronteira.
