No cemitério de Rio Branco, a dor da família de Diony Magalhães Oliveira ganhou mais uma dimensão na manhã desta quinta-feira (19). Exatamente uma semana após o trágico acidente que tirou a vida do jovem de 21 anos, que completaria 22 nesta data, parentes e amigos se reuniram para homenageá-lo e, principalmente, cobrar esclarecimentos.
Diony e o colega de trabalho, Ruan Roger da Silva Barbosa, de 32 anos, morreram intoxicados em um acidente que ocorreu na última quinta-feira (12) , enquanto aplicavam um produto químico dentro de uma das caixas d’água, com cerca de 30 metros de altura, que abastecem um condomínio fechado da capital acreana. Desde então, o que a família diz ter recebido foi apenas o silêncio.
Com cartazes nas mãos, os familiares expressaram a angústia. Um dos dizeres expostos trazia a frase: “Os dias passam lentos, as horas machucam como espinhos, mas eu tenho força e confio na chegada da justiça. Queremos esclarecimentos.”
Dionélio Oliveira, pai de Diony, disse que a família ainda não conseguiu encontrar forças para se reestruturar emocionalmente. O sentimento, segundo ele, é de abandono e de falta de respeito com a memória do filho.
“Os dias estão passando e nenhuma palavra de consolo a gente recebeu. São dois jovens que estavam trabalhando e tiveram a vida tirada. Eu acredito que isso aconteceu por negligência da empresa. Não posso afirmar com certeza, mas é o que tudo indica. Por isso, eu peço que o Ministério do Trabalho acompanhe de perto esse caso. Nós queremos, pelo menos, uma resposta. Até agora, a única certeza que nós temos é que meu filho se foi e o amigo dele também”, desabafou Dionélio.
Segundo a tia de Diony , até hoje a empresa responsável pelo serviço não procurou a família para oferecer qualquer tipo de esclarecimento ou solidariedade. “A gente só sabe o que foi publicado nas reportagens. Desde o dia do acidente, ninguém da empresa nos procurou para explicar o que aconteceu. Não teve sequer uma palavra de respeito. Queremos saber porque eles estavam sem equipamento, sem preparo, sem fiscalização. Um trabalho como aquele exige segurança, e eles não tiveram nenhuma”, disse.
Ela também destacou o simbolismo doloroso da data. “Hoje ele completaria 22 anos. Em vez de estarmos comemorando, estamos aqui, de novo, na sepultura dele. A empresa desapareceu e não se solidarizou com a nossa dor. Só queremos uma resposta”, concluiu
Com informações do repórter João Cardoso para TV Gazeta
