Diretor do Iapen conta que 10% já perderam beneficio
Uma parte dos presidiários que foram beneficiados com a tornozeleira eletrônica descobriu uma forma de enganar os equipamentos da central de monitoramento. Com um pedaço de papel alumínio, o mesmo usado na cozinha, eles cobrem a tornozeleira e com isso o sinal não chega a central que fica na sede do Instituto de Administração Penitenciária-Iapen. Os agentes ficam sem saber onde está o detento.
Enquanto ficam invisíveis paras os computadores eles aproveitam para cometer crimes. Segundo o diretor do Iapen, Martin Hessel, 10% dos detentos que foram beneficiados com a tornozeleira eletrônica perderam o benefício.
Atualmente 700 condenados não precisam cumprir pena na cela de um presídio, por determinação da Justiça do Acre usam apenas uma tornozeleira eletrônica, que monitora todos os passos. O problema é que para cometer crimes eles precisam danificar o equipamento ou buscar meios de evitar que ele se comunique com a central e o papel alumínio funciona como o inibidor para o envio do sinal.
A polícia desconfiou dos apagões que surgiam na central de monitoramento que duravam de três a quatro horas, depois o sinal voltava. Os detentos cobrem o equipamento enquanto cometem crimes, nesse momento o Iapen não tem como saber onde ele está. Assim que sai da cena do crime, retiram o papel.
Hessel informou ainda, que todos os presos em que o sinal desapareceu estão perdendo o benefício e voltando para o presídio. E explicou que mesmo sem receber o sinal, o equipamento de monitoramento marca o tempo em que o aparelho ficou sem registro e emite um relatório. “Se não ficar provado um problema técnico, o detento vai perder o benefício. A vara de execuções penais está aceitando nossos pedidos. Por isso não adianta tentar danificar o aparelho”, explicou.
O Iapen já entrou em contato com o fabricante da tornozeleira para enviar um novo equipamento com tecnologia mais avançada que impeça o detento de buscar meios para impedir o corte de sinal.
