A Polícia Civil do Acre prendeu, neste sábado, quatro pessoas suspeitas de envolvimento direto na morte de Janaira Andressa Souza de Lima, mulher em situação de rua que desapareceu no dia 17 de junho de 2024. A investigação, conduzida pelo delegado Alcino Júnior, apurou que o crime foi cometido por membros de uma organização criminosa atuante nos bairros Cidade Nova, Taquari e Triângulo Velho, em Rio Branco.
O caso ganhou notoriedade no ano passado quando, no dia 20 de junho, uma perna humana foi encontrada boiando no Rio Acre. Na ocasião, não foi possível identificar a vítima de imediato. Somente sete meses depois, através de exames de DNA realizados pelo Instituto de Análise Forense, confirmou-se que os restos mortais pertenciam a Janair Andressa.
Segundo a polícia, a vítima era conhecida na região por ser usuária de drogas, cometer pequenos delitos e viver nas ruas. Com base em depoimentos, cruzamento de dados e o histórico da vítima, a investigação apontou que ela foi submetida a sessões de espancamento e “disciplinas” impostas por faccionados, antes de ser executada por ordem de um “Tribunal do Crime”.
Além dos quatro mandados de prisão preventiva cumpridos, a polícia identificou dois menores de idade que também teriam participado do crime. A Vara da Infância e Juventude foi acionada para avaliar os pedidos de internação, que não foram concedidos até o momento. Mesmo assim, os adolescentes serão responsabilizados pela participação ativa no sequestro, homicídio e ocultação do cadáver.
De acordo com o delegado Alcino Júnior, o crime revela mais uma vez a atuação paralela e violenta de facções criminosas que se impõem sobre determinadas regiões da capital. Um dos envolvidos é apontado como responsável pelo tráfico de drogas e pela imposição de punições a moradores de rua e pessoas vulneráveis.
“É mais um caso em que o chamado tribunal de exceção agora será submetido ao verdadeiro tribunal: o do Estado, da Justiça. A polícia cumpriu sua parte, elucidando o crime e prendendo os responsáveis”, afirma o delegado.
