Políticos da ala conservadora e de direita do Acre se manifestaram publicamente nesta segunda-feira (5) contra a decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de investigações sobre tentativa de golpe de Estado.
O deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil) foi um dos primeiros a se pronunciar. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar afirmou que a prisão de Bolsonaro foi decretada “sem razão nenhuma” e associou a decisão à reação do ministro após os atos em apoio ao ex-presidente, realizados na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo ele, Moraes estaria agindo por “vingança” e “desequilíbrio”.
“Logo pela manhã, ele [Moraes] deu mais uma demonstração do seu desequilíbrio e da sua sanha de ditador”, afirma Ulysses. O deputado também criticou medidas tomadas pelo ministro contra outros aliados de Bolsonaro, como o bloqueio de contas do coronel Aginaldo, marido da deputada Carla Zambelli.
O senador Alan Rick (União Brasil) também repudiou a decisão do Supremo, classificando-a como “afronta ao Estado Democrático de Direito”. Em sua avaliação, há uma quebra dos princípios constitucionais, como a ampla defesa e o contraditório.
“Vivemos sob um regime de exceção, onde os princípios fundamentais são violentados. O que vemos é a criação de uma narrativa com o objetivo de perseguir e se vingar do presidente Bolsonaro”, declara Rick, reforçando apoio ao ex-presidente.
Já o senador Márcio Bittar (União Brasil) fez um pronunciamento emocionado. Ele comparou a situação de Bolsonaro à de Lula, mencionando que o atual presidente teve condenações anuladas pelo STF, enquanto Bolsonaro, segundo ele, estaria sendo punido mesmo sem ter sido condenado.
“É um homem temente a Deus, que ama o nosso país. Hoje está em prisão domiciliar sem ter sido condenado a nada”, disse Bittar. Para o senador, o sistema político brasileiro estaria buscando eliminar adversários, a exemplo do que ocorreu na Venezuela. “Hoje não tem mais só um Bolsonaro. Nós somos milhões”, afirma.

