Foi condenado a 17 anos e 6 meses de prisão em regime fechado o mecânico Simey Menezes Costa, de 46 anos, acusado de assassinar brutalmente a noiva, Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, em junho do ano passado. A sentença foi proferida nesta semana pela Justiça do Acre. O réu ainda pode recorrer, mas o recurso não permitirá que ele aguarde em liberdade.
O crime, marcado pela crueldade, abalou a capital acreana tanto pela violência quanto pelas circunstâncias que o antecederam. Uma semana antes do feminicídio, Simey havia pedido Ketilly em casamento durante um culto na igreja que o casal frequentava. Na ocasião, ele chorou, cantou e se emocionou diante da comunidade religiosa e da família. Dias depois, ele a assassinou com 30 facadas dentro da própria casa, no bairro Vila Acre, em Rio Branco.
O corpo de Ketilly foi encontrado por uma prima, que estranhou a ausência de contato com a vítima. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) iniciou imediatamente as investigações. Testemunhas relataram que o relacionamento era conturbado, com episódios de ciúmes excessivos, mas, até então, o casal mantinha a aparência de harmonia.
Durante os dias seguintes ao crime, Simey ficou foragido. Havia rumores de que ele estaria jurado de morte por facções criminosas em virtude da brutalidade do assassinato. Com o cerco policial se fechando, ele se entregou à Polícia Civil, mas inicialmente negou envolvimento no crime.
As provas, no entanto, foram contundentes. Depoimentos, vídeos e o rastreamento da motocicleta utilizada por ele no dia do crime reforçaram a acusação. Após meses de investigação, a Justiça reconheceu Simey como autor do feminicídio e determinou sua prisão em regime fechado.
Apesar da dor que jamais será apagada, a família de Ketilly acredita que a condenação representa um passo importante para que a justiça seja feita. O fato de Simey não poder recorrer em liberdade também oferece certo alívio àqueles que ficaram.
Canais de Ajuda
A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações da repórter Rose Lima para TV Gazeta
