O superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas, ganhou mais uma voz contra a sua gestão. O advogado Benício Dias, que comandou a autarquia antes da chegada de Clendes, afirmou que houve perseguição a servidores após a sua saída.
Benício esteve à frente da RBTrans por um ano e meio, até ser exonerado em fevereiro de 2024. Segundo ele, todos que permaneciam no órgão passaram a ser alvo de retaliações.
“Todas as pessoas que lá estavam foram perseguidas a partir do momento que eu saí. As pessoas passaram a ser perseguidas e se eles pelo menos mencionassem o meu nome lá, eles eram chamados à superintendência, eram praticamente colocados de joelho e dizer que não me apoiavam e sim apoiavam o candidato dele, porque se as pessoas continuassem falando o meu nome, elas eram exoneradas, elas eram desligadas do cargo de confiança caso elas tivessem e se fossem terceirizadas eram devolvidas para a terceirizada”, disse Dias.
O ex-superintendente também criticou o prefeito Tião Bocalom, a quem diz ter apoiado em todas as campanhas, inclusive de forma gratuita.
“A minha defesa em conteste sempre da da pessoa do nosso atual prefeito é testemunhado por toda a imprensa, por pelas pessoas que nos conhecem. Além disso, além de ser uma defesa em conteste, eu sempre fui o contador dele, o advogado dele, cuidando dos partidos que a gente fez parte, organizando chapa de candidatos, organizando partidos e chegamos até aqui, mas infelizmente a pessoa chegar ao poder, ele escolhe quem ele quer”, observou.
Benício voltou à Prefeitura de Rio Branco em abril deste ano como diretor de gestão da Secretaria Municipal de Agricultura, mas foi exonerado nesta semana.
A blogueira Marília Rodrigues, uma das denunciantes de assédio moral contra Clendes Vilas Boas, chegou a trabalhar como assessora na RBTrans durante o mandato de Benício. A exoneração dela ocorreu no mesmo período em que ele deixou o cargo, mas o advogado afirma que foi coincidência.
“Quero deixar bem claro também que foi uma coincidência, uma pena que aconteceu isso. Eu fiz o meu pedido de exoneração um dia antes e na noite anterior, posterior a meu pedido, apareceu essa confusão toda. Não tem nada a ver uma coisa com uma outra, inclusive eu coloquei o meu pedido de exoneração na rede social”, esclareceu o advogado.
Sobre a saída mais recente da prefeitura, Benício disse que não pretende mais apoiar Bocalom e acusou o gestor de dar cargos estratégicos a pessoas ligadas ao PT.
“Eu sei porque eu cheguei à conclusão que não dá mais para continuar participando da gestão diante da circunstância do que eu tenho observado. Chegou o momento de eu sair mesmo, o ciclo se fechou e é hora de procurar um novo grupo político, de fazer parte de uma nova história. O senhor Bocalom não faz mais parte da minha vida política. A partir de agora é meu adversário político. Eu preciso fazer parte dessa nova história, de uma nova gestão, de um novo grupo político. E quando nós chegamos aqui, a prefeitura passou a ser entregue em cargos estratégicos para pessoas que ligadas ao PT. Isso me incomodou muito, então eu não posso fugir da minha história, eu não posso recuar da minha história”, concuiu.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta e editada no formato de texto pelo site Agazetal.net
