Imagem: Maria Antônia Lima
Na última quarta-feira, 28, dois adolescentes foram arremessados do ônibus que faz a linha Jequitibá, em Rio Branco, por volta das 18h, na rotatória próxima ao Via Verde Shopping, enquanto voltavam da escola, após a porta dedicada a cadeirantes abrir. As vítimas são um menino e uma menina, ambos com 12 anos.
Maria Antônia Lima, de 32 anos, mãe do menino acidentado, relatou que a porta do transporte abriu na rotatória em frente ao Via Verde Shopping, quando o ônibus estava em movimento. Ela não estava no veículo com o filho, mas foi avisada por uma conhecida.
“O ônibus estava superlotado. Quando eu cheguei, os passageiros ainda estavam lá esperando outro ônibus chegar, porque o do incidente não poderia sair do local, para passar pela perícia da Federal”, disse Lima.
Segundo o que foi passado para ela, a porta abriu, e a menina, antes de cair, tentando se segurar, agarrou em seu filho e ambos caíram. Ela caiu de rosto e ele, de costas.
“Meu filho bateu a cabeça e cortou, também ralou as costas e os braços. Outros alunos que estavam no ônibus começaram a gritar e o motorista achou que fosse apenas bagunça de criança, só parou uns 200 metros de onde os meninos caíram, depois dos adultos gritarem”, contou.
Após o menino levantar e ver que a cabeça estava sangrando, os passageiros começaram a sair do transporte, e nesse momento passou uma viatura da Polícia Militar, segundo a mãe.
“Quando cheguei ao local, um policial me falou que havia chamado a Samu duas vezes, mas não tinha ambulância disponível”, afirmou Maria Antônia.
O pai do menino teve que levá-lo por conta própria para o pronto-socorro da capital. Lá, foi feito um raio-x para ver se havia algum tipo de fratura. A médica que o atendeu pediu para que os pais o mantivessem em observação pelos próximos dias por conta do corte na cabeça que foi ocasionado na queda.
Ela ainda contou que as únicas pessoas que estavam preocupadas eram os policiais que prestaram assistência aos adolescentes. Após uma vistoria por parte da polícia, eles concluíram que foi uma imprudência da empresa de ônibus.
“A trava que fecha por dentro estava quebrada, então o ônibus não era para estar nem circulando. Poderia ter acontecido algo bem pior com meu filho”, lamentou Maria Antônia.
Na quinta-feira, dia seguinte do ocorrido, eles receberam uma ligação da empresa para saber se precisavam de alguma assistência e ela respondeu que não queria, pois o dia para prestar alguma assistência deveria ter sido no dia do acontecido.
“Tinha um encarregado lá, mas ele em nenhum momento chegou até nós para perguntar se estávamos precisando de algo, pelo contrário. Eu fui tentar tirar uma foto do ônibus e ele queria me impedir, mas o policial falou que estava no meu direito de tirar a foto, e eu tirei”, reiterou a mulher.
Maria Antônia foi à delegacia fazer um boletim de ocorrência, na quinta-feira, e agora aguarda a perícia da Polícia Rodoviária Federal para tomar as medidas cabíveis.
A mãe da menina, Andreliane da Silva, de 33 anos, contou que a filha ficou muito machucada, mas não quebrou nenhum osso. O rosto, perna e braços da jovem ficaram lesionados.
“No dia do ocorrido ela foi para a Upa e, no dia seguinte, tive que levá-la novamente por conta das dores, para bater um raio-x. Fiquei com medo de ter quebrado alguma coisa, mas não quebrou nada”, disse a mulher.
De acordo com a mãe, a menina está se recuperando, mas ainda sente dores no braço quando faz movimentos. Os pais ainda não tomaram nenhuma medida cabível e o órgão responsável não deu assistência para eles.
“Ninguém procurou a gente para dar nenhuma assistência. Nada”, finalizou Andreliane de Silva.
Procurado pelo site Agazeta.net, o diretor de transporte da RBTrans, Clendes Vilas Boas, contou que, após o ocorrido, a equipe de agentes esteve no hospital, na delegacia e no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para colher informações. Agora, esperam a perícia da PRF para realizarem os devidos esclarecimentos e providências jurídicas.
Finalizou dizendo que segunda-feira, 03, as vítimas vão ser visitadas para esclarecer acerca da assistência por parte do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Rio Branco (Siturb).
Confira a nota completa do RBTrans na íntegra:
A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, como órgão gestor, fiscaliza e aplica as reprimendas legais por descumprimentos das exigências.
No caso concreto envolvendo este sinistro na rotatória localizada próximo ao Via Verde Shopping, por ser uma rodovia federal, os procedimentos de perícia foram realizados pela Polícia Rodoviária Federal.
No momento do ocorrido, ao tomar conhecimento do caso, nossa equipe de agentes foi acionada e esteve no hospital, na delegacia e no posto da PRF colhendo todas as informações.
O laudo pericial da PRF deve ficar concluído, se já não estiver, em poucos dias. Iremos juntar no procedimento que fizemos para os devidos esclarecimentos e providências jurídicas.
O ônibus foi vistoriado por nossa equipe e aguardamos o laudo para conclusão do nosso trabalho.
Resumindo para o vosso entendimento, o transporte público, juridicamente, é do poder concedente Municipal que legalmente por concessão ou, neste caso de agora, é por contato emergencial, enquanto seja de fato licitado o serviço SITURB.
Responsabilidade será cobrada, com certeza a da parte de quem de Direito, que deu causa ao sinistro.
Quantos às vítimas, visitamos e colhemos o boletim, foram devidamente socorridas pelo acionamento do motorista do ônibus, que logo após isso foi à delegacia para esclarecimento.
Na segunda-feira serão diligenciadas e visitadas as vítimas do sinistro para melhor esclarecer a cerca de assistência por parte do SITURB.
