Em Rio Branco, febre amarela não atingiu nem 60% do público
Em todo o território nacional, o número de buscas para realizar a vacinação de outras doenças caiu consideravelmente no ano de 2020. Acredita-se que essa diminuição ocorra por conta da pandemia da covid-19.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), com base nos dados do Ministério da Saúde, divulgados até o dia 4 de abril, menos da metade dos municípios brasileiros atingiu a meta do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Em Rio Branco, a vacinação contra a febre amarela não conseguiu atingir nem mesmo 40% da meta, que é de 95%, do público alvo. “Nós temos, em média, 60% de cobertura. Isso é muito baixo, e deixa as nossas crianças a mercê dessas doenças”, explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Socorro Martins.
A coordenadora também garante que todas as unidades de saúde da capital acreana estão abastecidas com as doses dos imunizantes e que não falta nenhuma vacina que compõe o PNI. “Temos o grande risco das doenças já erradicadas retornarem a fazer parte do nosso convívio, como é o caso do sarampo, rubéola, coqueluche e difteria”, alerta.
Levantamento do IEPS
Foi registrada uma desaceleração na cobertura vacinal em nove vacinas, incluindo hepatites, poliomielite, tuberculose e sarampo. A única vacina que não demonstrou uma diminuição no número de aplicações foi a Pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, e a bactéria Haemophilus Influenzae tipo B.
O levantamento também mostrou que a diminuição no fluxo de vacinação afetou principalmente a imunização contra Hepatite B em crianças de até 1 mês de vida. De 2019 a 2020, a taxa de vacinação caiu de 78,6% para 62,8%; nas vacinas contra tuberculose, tríplice viral, sarampo, caxumba, rubéola e BCG o índice caiu cerca de 15 pontos percentuais.
Contra a poliomielite, o Brasil registrou uma queda de 84,2% para 75,9%. O órgão também registrou que em 2015, a cobertura atingiu a marca de 98,3% de vacinação do público alvo, sendo necessário 95% para alcançar a imunidade coletiva.

