A Associação Família Azul do Acre, referência no atendimento a crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA) e TDAH, corre o risco de encerrar as atividades no fim deste ano por falta de recursos financeiros. Criada há mais de uma década e com atendimentos regulares desde 2021, a entidade filantrópica oferece, de forma gratuita, serviços especializados como psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia e educação física, além de atividades de bem-estar para mães, como hidroginástica.
Segundo a coordenadora Heloneida da Gama, os salários dos profissionais estão garantidos apenas até dezembro, quando a associação será obrigada a suspender os atendimentos se nenhum apoio emergencial for viabilizado. “A gente trabalha com amor, mas os profissionais precisam ser remunerados. Não dá para manter um serviço desse porte só na base da camaradagem”, diz.
Com sede alugada até outubro, prazo que pode ser estendido até dezembro com esforço da gestão, a associação depende inteiramente de doações, rifas e voluntariado para manter a estrutura e os serviços. A busca por apoio junto ao poder público e à iniciativa privada tem sido constante, mas ainda sem retorno efetivo. “Seria obrigação dos parlamentares garantir um repasse fixo. A gente atende uma demanda que o poder público não consegue alcançar”, afirmou Heloneida da Gama.
A entidade também faz parcerias com escolas e instituições públicas, oferecendo suporte e orientação às famílias. A equipe reforça o apelo a empresas e empresários locais que queiram contribuir de forma continuada, ajudando a custear despesas fixas como aluguel e salários.
Sem apoio financeiro concreto nos próximos meses, os atendimentos prestados gratuitamente a mais de 100 pessoas, incluindo adolescentes e adultos, podem ser interrompidos, deixando famílias desamparadas em um cenário onde a assistência pública ainda é insuficiente.
Com informações da repórter Rose Lima, para TV Gazeta.
