País vizinho alega que peixes estariam contaminados
Uma ameaça de peixe contaminado por mercúrio levou as autoridades peruanas a suspender a compra de piranambus na fronteira, deixando dezenas de pescadores sem a maior fonte de renda na região. Em Assis Brasil, os pescadores chegaram a vender até 30 mil quilos de piranambu por mês para o Peru. Desde abril, as autoridades do país vizinho estão impedindo que o pescado brasileiro passe pela fronteira.
A colônia de pescadores de Assis Brasil foi informada que a Vigilância Sanitária de Porto Maldonado, cidade peruana a 200 quilômetros da fronteira, encontrou indícios de contaminação de mercúrio no Piranambu pescado nos rios peruanos e esse mercúrio, que tem como origem nos garimpos, pode ter chegado ao lado brasileiro e contaminado os peixes.
O presidente da colônia de pescadores, Eneias Sales, desconfia que pode ser um falso alarme das autoridades do Peru para evitar que os brasileiros façam negócios. “Temos uma forte concorrência. Como nossos peixes são melhores, eles podem ter inventado essa história”, desconfia.
Para acabar com a dúvida, a colônia de pescadores pediu ao Instituto Chico Mendes e ao Governo do Acre que fizesse análises para saber se os peixes no Rio Acre estão contaminados. O resultado deve sair nos próximos dias.
A coordenadora de Pesca do Ministério da Agricultura, Kelly Kley Saldanha, informou que está acompanhando o caso para ajudar os pescadores que perderam a maior fonte de renda na fronteira. “Precisamos saber se existe essa contaminação no Rio Acre, porque, se isso for verdade, todo manancial estará comprometido”, completou.
A região do Alto Acre tem grandes quantidades de piranambus porque há uma cultura do acriano de não comer a carne desse peixe. Já para os peruanos é uma iguaria.
