Para ministros, competição é cruel contra os animais
Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu que uma lei que regulamentava a vaquejada é inconstitucional. A lei é do Ceará, estado onde essa prática é comum. Como virou jurisprudência, qualquer norma aprovada em outro Estado que legitima a vaquejada pode ser derrubada.
Os ministros decidiram pelos pedidos de ONGs de proteção animal que denunciavam o sofrimento dos bichos durante as competições. Na vaquejada, o boi é solto na pista e dois vaqueiros precisam derrubar o animal pela cauda.
No Acre, esses eventos são esporádicos e mantidos por um grupo de pecuaristas, mas, de acordo com um dos responsáveis pela organização das vaquejadas em Rio Branco, José Lins de Melo Neto, conhecido como “Quatro e Meio”, muitas pessoas vão perder os empregos e é o fim de um negócio rentável, que é a venda de animais de porte.
Para o organizador, só existe sofrimento do boi quando o local da competição não é o correto. “Quando o chão é duro, realmente o animal sofre com a queda, mas na areia isso não acontece,” justificou.
Quem continuar organizando essas competições vai responder por crime ambiental e por maus tratos a animais. Para a maioria dos ministros do Supremo e ONG’s, a competição confere um tratamento cruel ao animal.
