Tensão entre manifestantes e motoristas marca protesto
Por volta das 14 horas desta segunda-feira (15), os manifestantes bloquearam a avenida em três locais. Com ajuda de troncos que retiraram em um terreno baldio próximo, fecharam a rua Omar Sabino, e os dois sentidos da Avenida Ceará.
Como a madeira não foi suficiente, os moradores fizeram corrente humana para impedir que os veículos avançassem. A ideia se mostrou perigosa logo no início. Alguns motoristas que não queriam esperar tentaram ultrapassar a barreira. Uma caminhonete oficial, por exemplo, por pouco não causou um acidente. O condutor quase atropelou algumas mulheres que seguravam cartazes.
De uma lado houve quem apoiasse o movimento. “É um direito constitucional. A gente precisa entender”, disse o professor Leandro Brasil.
De outro, motoristas mostraram indignação com a inércia do poder público. “Se eles estão aí é por que o governo deixou de atender uma necessidade. E nós temos cerceado o direito de ir e vir, com isso”, disse a secretária, Josilda Lima.
Quem não podia esperar arriscou passar pelo canteiro central. Vários carros, devido à altura ficaram enroscados.
O protesto marcado pela tensão foi promovido por antigos moradores do Conjunto Esperança, sendo a maioria, famílias que habitavam em becos do bairro, locais considerados área de risco.
Durante o protesto, com ajuda de um megafone, o líder comunitário Arivaldo Mendes, informava aos motoristas, a razão da manifestação. “Nosso aluguel social está atrasado. Temos casos de famílias com até cinco meses de atraso”, comunicava.
Segundo o presidente da associação de moradores, cerca de 120 famílias estão em casas com aluguel social em atraso. “A situação é constrangedora, fora que muitos perdem móveis com tantas mudanças, já que são despejados”, disse.
No mês de outubro do ano passado, de acordo com os manifestantes, houve uma reunião com a Secretaria de Habitação, justamente para tratar do mesmo assunto: atraso do aluguel social. Agora, eles pedem que o problema seja solucionado, ou que as moradias prometidas sejam entregues. “Queremos que regularizem de vez essa situação ou então, que parem de vender nossas casas”, disse o carpinteiro Edison Silva.
Fim do protesto
A avenida só foi liberada duas horas depois do início do protesto, com a chegada do Secretário de habitação, Jamil Asfury.
Segundo os manifetantes, foi garantido que amanhã haverá uma reunião às 5 da tarde no Conjunto Habitacional Andirá, localizado na comunidade Apolônio Sales, onde casas estão em fase de construção. Supostamente, o local de moradia das famílias que se manifestaram.
{youtube}d3RkuLQy_dQ{/youtube}
