Um levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) e publicado em julho deste ano revelou a 17ª edição do Ranking de Saneamento, que analisa os 100 municípios mais populosos do país. O Acre se destacou negativamente: o estado está entre os piores do Brasil e a capital, Rio Branco, aparece entre as cidades com os índices mais críticos em relação ao saneamento básico.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac), Alexsande de Oliveira, alerta para os riscos que a falta de investimento nessa área representa.
“Isso nos traz sérios desafios e também problemas que precisam ser observados de perto, porque à medida que não se investe em saneamento, consequentemente a gente tem problemas significativos com relação à saúde da população”, destacou.
Além dos impactos diretos na saúde, a deficiência no saneamento traz prejuízos ambientais e econômicos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cada real investido em serviços essenciais pode gerar uma economia de até cinco vezes mais em gastos com saúde.
Na tentativa de enfrentar essa realidade, o Conselho de Saneamento da Prefeitura de Rio Branco iniciou medidas como a instalação de câmaras técnicas.
“Essas câmaras terão agora o papel de construir um cronograma para que seja apresentado à Prefeitura, para que possamos avançar nessa discussão e na implementação”, explicou Alexsande.
O estudo também aponta que o investimento ideal por pessoa seria de R$ 223,82. No Acre, no entanto, o valor está muito abaixo da média. A localização geográfica da região norte, que concentra a maior bacia hidrográfica do mundo, não tem se traduzido em melhorias para o setor.
“É importante pontuar que esse problema do saneamento não é de agora, é um problema histórico dentro do estado do Acre. De fato, os investimentos são baixos, pequenos. Pra gente chegar nessa situação, obviamente foi um processo bem longo de falta de investimento”, concluiu o pesquisador.
Com informações da repórter Arielly Casas para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net