O resultado das eleições na Venezuela, que garantiu vitória ao partido do presidente Nicolás Maduro em 85% dos municípios e em 23 das 24 capitais, intensificou o fluxo de migrantes para o Brasil. Em Assis Brasil, a prefeitura enfrenta superlotação nos abrigos e falta de alimentos, já que os recursos federais previstos para o semestre não foram repassados.
Em Rio Branco, famílias chegam sem conseguir acesso ao acolhimento. Um grupo de 16 crianças e adultos relatou estar há quatro dias dormindo na rodoviária, após percorrer 30 dias de viagem passando por Colômbia, Bolívia e Peru. Sem alimentação fornecida pela prefeitura e sem recursos para seguir viagem, a família busca apoio para chegar a São Paulo em busca de emprego.
Segundo a Secretaria de Assistência Social, o perfil dos migrantes mudou: se antes vinham principalmente solteiros, agora chegam famílias inteiras. Das 54 pessoas acolhidas atualmente, quase metade é composta por crianças. O secretário alerta que a ausência de um atendimento inicial estruturado na fronteira dificulta o controle sanitário, a checagem de documentos e a distribuição adequada de apoio, sobrecarregando os serviços locais.

