Após a repercussão do caso envolvendo a assistente social Luciana Martins de Oliveira, que denunciou ter perdido a guarda de três dos quatro filhos por motivos de homofobia e discriminação religiosa, os familiares da mãe se manifestaram publicamente para contestar as alegações. Segundo eles, a decisão judicial que determinou a mudança na guarda das crianças foi fundamentada em provas de negligência e maus-tratos apresentadas à Justiça.
A mãe de Luciana, Maria Anísia Lustosa, o pai Feliciano e a irmã Liny Sara Martins afirmam que os filhos da assistente social, com idades de 13, 11 e 4 anos, estavam em situação de vulnerabilidade. De acordo com os familiares, a adolescente de 13 anos relatava com frequência episódios de fome e abandono, ligando para os avós quando a mãe não retornava para casa após o trabalho.
“Ela ligava à noite, com fome, dizendo que a mãe não estava. Eu ajudei a criar essas crianças, paguei médico, psicólogo, dei tudo que podia”, declara a avó.
A família também alega que a menina deixou de frequentar regularmente a escola e que o irmão mais velho passou longos períodos estudando apenas pelo computador, sem acompanhamento adequado.

Acusações de homofobia e intolerância religiosa
Sobre as acusações de preconceito, a irmã de Luciana rebateu. “A sexualidade dela não é novidade para ninguém. Ela já teve várias namoradas que frequentaram nossa casa. Nunca houve discriminação. Esse discurso agora é para comover e tentar reverter a guarda das crianças”, diz Liny Sara, ressaltando que respeita tanto a orientação sexual quanto a religião de Luciana.
Os avós conseguiram a guarda dos dois filhos mais velhos em fevereiro deste ano. O filho mais novo, de quatro anos, passou a viver com o pai, também por determinação judicial. Em vídeos encaminhados à Justiça, as crianças teriam relatado situações de violência. A família sustenta que as mensagens enviadas por uma das crianças à mãe recentemente seriam resultado de alienação parental, induzidas por Luciana.
“A menina chegou na nossa casa com o rosto inchado de dor de dente, só com a roupa do corpo. Nós cuidamos, levamos ao dentista, tratamos. Tudo que falo tem provas”, afirma a irmã, que também contestou as denúncias feitas por Luciana em conversas de aplicativo.
A avó se disse abalada emocionalmente com o conflito familiar e preocupada com o impacto da situação na saúde mental das crianças. “O ruim de tudo isso são as crianças envolvidas nessa confusão. Tive que agir judicialmente por elas estarem em condições de abandono. Ela sabe que não estou mentindo”, diz Maria Anísia.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira, para TV Gazeta.
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