Estava previsto para acontecer nesta sexta-feira (11), no Fórum de Cuiabá (MT), o julgamento de Djavanderson de Oliveira Araújo, de 20 anos, acusado de feminicídio contra a jovem acreana Juliana Valdivino da Silva. No entanto, a sessão foi adiada após a Justiça autorizar um procedimento de desaforamento — medida que transfere o julgamento de uma comarca para outra, alterando o local onde o júri popular será realizado.
O adiamento causou revolta e frustração entre familiares e representantes legais da vítima, que ressaltaram a importância do julgamento acontecer na cidade onde o crime foi cometido: Paranatinga, a 250 quilômetros da capital mato-grossense. Foi ali, em 9 de setembro de 2024, que Juliana teve 90% do corpo queimado após o acusado, inconformado com o fim do relacionamento, atear fogo nela. A jovem resistiu por 16 dias internada, mas não sobreviveu aos ferimentos.
Segundo apuração da Polícia Civil, Djavanderson não apenas premeditou o crime, como arquitetou cada detalhe para atrair Juliana até o local do ataque. O caso foi tratado desde o início como feminicídio consumado, diante das provas e do histórico de relacionamento abusivo.
A nova data do júri popular ainda não foi divulgada, mas a expectativa é de que, com a transferência autorizada, a sessão ocorra nos próximos meses. Enquanto isso, familiares e amigos seguem acompanhando o processo, cobrando agilidade e punição exemplar.
Canais de Ajuda
A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações do repórter Luan Rodrigo para TV Gazeta
