A crise dentro da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre, se aprofundou nesta semana com o pedido formal de afastamento de três advogados com cargos de direção na instituição, todos envolvidos diretamente na confusão que terminou com a morte da servidora pública Juliana Chaar Marçal, no último sábado (22), em frente à boate Di Buteco, em Rio Branco.
O pedido partiu do advogado Rafael Carneiro Ribeiro Dene, de Cruzeiro do Sul, que exige que a OAB/AC se posicione e afaste imediatamente os advogados Keldheky Maia da Silva, Bárbara Maués Freire e João Felipe de Oliveira Mariano, todos citados em boletins de ocorrência e vídeos que circulam desde o dia da briga generalizada.
O episódio terminou com a morte de Juliana, atropelada durante o tumulto. Imagens mostram o advogado Keldheky Maia, que é presidente da Comissão de Investigação Defensiva da OAB/AC e sócio do presidente da entidade, Rodrigo Aiache, sacando uma arma e disparando várias vezes em via pública. Ele foi preso por porte ilegal e pode ainda responder por tentativa de homicídio.
A advogada Bárbara Maués, presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, alegou ter permanecido dentro de seu carro durante toda a confusão, mas as imagens revelam que ela estava ao lado de Keldheky no momento em que ele portava a arma. A suspeita é de falso testemunho.
Já o advogado João Felipe de Oliveira Mariano, que é secretário da Caixa de Assistência da OAB, e marido de Bárbara, também prestou depoimento à polícia alegando não ter visto arma de fogo. No entanto, vídeos mostram que ele desferiu socos durante a briga e presenciou o momento em que a arma foi utilizada.
Os três seguem no exercício de suas funções dentro da OAB/AC. O presidente da seccional, Rodrigo Aiache, se declarou impedido de analisar o pedido por ser sócio de um dos envolvidos. A responsabilidade pela análise foi repassada à vice-presidente, Thaís Silva de Barros, que informou apenas que os documentos estão sob análise e que “todas as medidas serão tomadas dentro do regimento da Ordem”.
Para o advogado que apresentou o pedido, a permanência dos três no comando de setores estratégicos da OAB compromete a imagem da instituição e da advocacia como um todo. Enquanto isso, o inquérito policial segue em andamento. O motorista da caminhonete, suspeito de atropelar Juliana, Diego Luiz Góes Passos, está foragido.
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Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta
