A insatisfação com a política salarial do governo do Estado do Acre mobilizou, nesta segunda-feira (24), trinta sindicatos de servidores públicos, que decidiram formar uma frente única para pressionar o Executivo. O grupo, que representa cerca de 40 mil servidores estaduais, afirma que as perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos sete anos ultrapassam 20% e que não houve qualquer reposição nesse período. A resposta do governo, segundo os sindicalistas, tem sido o silêncio.
Com uma pauta unificada, os sindicatos reivindicam o reajuste de 20% nos salários e o aumento dos auxílios alimentação e saúde para mil reais cada. Os representantes das categorias alegam que, apesar de diversas tentativas de negociação, o governo estadual tem se esquivado do diálogo, alegando estar no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A insatisfação aumentou após uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, na qual o governo foi convidado a apresentar um plano de recuperação fiscal para viabilizar possíveis reajustes. O Executivo, porém, não compareceu e enviou apenas um representante, que levou as demandas dos servidores, sem apresentar respostas concretas.
Diante da ausência de avanços, os sindicatos planejam um novo ato público nesta quarta-feira, 25 de junho, em frente à Assembleia Legislativa. A manifestação servirá como um último apelo antes da deflagração de uma greve geral, marcada para o dia 2 de julho, caso não haja resposta positiva por parte do governo.
Um dos relatos que ganhou destaque foi o do servidor João Neto, com 40 anos de atuação no serviço público. Apesar de possuir duas graduações, Neto afirma receber um salário base de apenas R$1.454, complementado por auxílios que elevam o valor bruto a cerca de R$2.600. “O governo teve oportunidade de fazer ajustes no segundo mandato, mas preferiu enviar projetos que beneficiaram apenas o alto escalão”, critica o servidor.
A frente sindical também cobra da base governista na Assembleia uma atuação mais ativa na intermediação com o Executivo. A preocupação é que, sem um acordo, serviços essenciais como saúde, segurança e arrecadação sejam diretamente afetados pela paralisação.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira, para TV Gazeta.
