O Produto Interno Bruto (PIB) do Acre, que representa a soma de todas as riquezas geradas no estado, ficou em aproximadamente R$ 26 bilhões, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasil em Mapas. O valor mantém o estado entre os menores PIBs do Brasil, ao lado de Roraima e Amapá. Embora o número possa parecer alarmante, especialistas explicam que essa realidade não é nova para a região.
Segundo o economista ouvido pela reportagem, o atraso econômico do estado é resultado de décadas de políticas que pouco impactaram positivamente a economia local. Para ele, um dos maiores problemas é a falta de indústrias, o que prejudica a competitividade entre empresas e restringe as oportunidades de emprego.
“A resposta simples é que, ao longo de anos, não foi apenas um governo ou um governador. Foi um conjunto de políticas econômicas que, infelizmente, não tiveram impactos significativos sobre a economia”, explica o especialista.
O economista destaca um dado preocupante: atualmente, o Acre tem mais pessoas recebendo o Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada.
“Isso é um péssimo indicador. Mas, por outro lado, se a gente tirar esse benefício das pessoas, elas vão viver de quê? Em muitos municípios, a quantidade de beneficiários é maior até do que o número de empregados no serviço público e na iniciativa privada. Isso só reforça o nível de pobreza que enfrentamos”, completa.
Quando o assunto é desenvolvimento industrial, os números também não animam. O especialista lembra que, por diferentes fatores estruturais, o setor industrial acreano ainda não conseguiu deslanchar.
“O setor industrial aqui no Acre, por um conjunto de características, não consegue se desenvolver plenamente. A esperança é que os investimentos que vêm sendo feitos no Brasil, com participação da China, em projetos como ferrovias e rodovias, tragam algum impacto positivo. Mas isso não acontece de uma hora pra outra, é preciso planejamento e vontade política”, ressalta.
Segundo ele, o desafio agora é unir esforços entre poder público e iniciativa privada para criar uma estratégia de crescimento que aproveite as futuras oportunidades de infraestrutura e logística que podem passar pela região. “O poder público e a iniciativa privada têm que juntar as mãos pra gente criar uma estratégia e se desenvolver com essa nova onda de desenvolvimento e crescimento que vai ser bancado pela China”, reforça.
Contribuição do Norte é pequena, mas importante
Mesmo com as dificuldades econômicas enfrentadas por estados como o Acre, o Brasil ainda ocupa posição de destaque no cenário internacional, figurando entre as dez maiores economias do mundo. Parte dessa força vem, ainda que de forma modesta, da contribuição dos estados da Região Norte.
Com informações do repórter João Cardoso para TV Gazeta
