O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) afirmou que a retirada de gado da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, tem respaldo judicial e ocorre após anos de notificações e processos contra criadores ilegais. A operação, iniciada no dia 5 de junho, mira cerca de 400 cabeças de gado mantidas em áreas embargadas da unidade desde 2016.
A criação de gado em larga escala dentro da reserva viola as regras do plano de manejo e é considerada infração ambiental. A ação, batizada de Operação Suçuarana, conta com o apoio de diversas forças federais e estaduais, incluindo a Força Nacional, Polícia Federal e Exército. A carne dos animais apreendidos será destinada à alimentação escolar.
O ICMBio também rebateu acusações que circulam nas redes sociais e que apontam suposta perseguição a populações tradicionais. Segundo o órgão, a operação tem como alvo apenas grileiros e criadores ilegais, e busca proteger as comunidades extrativistas reconhecidas que vivem da floresta de forma sustentável.
Estudo da Universidade Federal do Acre indica que a Resex tem papel crucial na regulação do clima e na segurança hídrica local. Embora 91% da área siga preservada, entre 2019 e 2022 houve aumento do desmatamento e de focos de incêndio, muitos com origem criminosa.
A presença das forças de segurança também tem o objetivo de proteger servidores públicos e lideranças locais que vêm sofrendo ameaças, como Raimundo Mendes de Barros, primo de Chico Mendes e defensor histórico da floresta.
A expectativa é de que a ação contribua para a recuperação ambiental da reserva e para o fortalecimento da governança em áreas protegidas da Amazônia.
