O avanço da erosão no calçadão às margens do rio, que já interditou a passarela devido ao risco de desabamento, trouxe impactos diretos ao comércio local. Com a área interditada, estabelecimentos próximos foram obrigados a fechar as portas. Apenas dois comerciantes insistem em se arriscar, desafiando os perigos da instabilidade do terreno.
A situação forçou a Feira da Economia Solidária a ser transferida para a Praça da Biblioteca, mas os boxes e pensões do tradicional Mercado Velho continuam em pleno funcionamento. No entanto, a publicidade negativa em torno do desbarrancamento afetou drasticamente a frequência de clientes no mercado, deixando mesas vazias e comerciantes desolados.
Judite da Silva, há 20 anos no Mercado Velho, descreve o cenário atual como devastador. “Eu vendi um misto, uma fanta e um bolo de macaxeira hoje, só isso. Praticamente a clientela sumiu toda”, lamentou. O movimento que antes era constante agora é marcado por longas horas de espera sem venda.
Após o horário do café da manhã, o cenário é de panelas no fogo preparando almoços em quantidade reduzida, reflexo da diminuição dos consumidores. Segundo Sônia, outra comerciante, o problema está na percepção da população de que o mercado está fechado. “Não existe risco para o prédio do Mercado Velho, e as pensões estão todas abertas. A nossa praça de alimentação continua normalmente”, ressaltou.
A queda no movimento acendeu um alerta entre as proprietárias das pensões, que já cogitam demitir funcionárias devido à falta de renda. Juraci Nogueira, cliente do local, reforça a importância do espaço para a comunidade e pede conscientização. “As pessoas acham que tudo está fechado, mas só foram os comércios próximos à beira. Isso prejudica quem vive há anos dessas vendas”, destacou.
Com o esvaziamento do mercado e o risco de colapso financeiro para os comerciantes, as proprietárias pedem que o governo lance uma campanha informativa. A ideia é esclarecer que apenas parte do calçadão está interditada e incentivar o retorno dos clientes.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta
