O projeto “Mulheres Recomeçando”, foi lançado na manhã desta quinta-feira (21), uma iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), alinhada à campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que ocorre simultaneamente em mais de 150 países. O programa busca oferecer apoio psicológico, médico e profissionalizante a mulheres vítimas de violência, em um esforço para ajudá-las a romper o ciclo de abuso e construir novos caminhos.
O projeto prevê seis encontros semanais, divididos em duas turmas de 15 mulheres cada. Durante as rodas de conversa, as participantes terão acesso a psicólogos, médicos e cursos profissionalizantes, compondo uma abordagem ampla de acolhimento e empoderamento.
“A gente quer oferecer mais do que um atendimento psicológico; queremos dar ferramentas para que essas mulheres rompam a violência e tenham autonomia. A capacitação profissional é parte essencial desse recomeço”, destacou Mardhia El-Shawwa, Secretária de Estado da Mulher.
O Acre registrou sete feminicídios em 2024, número inferior ao ano anterior, mas que ainda exige atenção e esforços contínuos. Apenas no último mês, dois casos chocaram o estado. “Nosso objetivo é zerar esses números. Estamos trabalhando para que não ocorra mais nenhum caso em 2024 e que, gradativamente, cheguemos ao feminicídio zero”, reforçou Juliana de Angelis, Delegada da Polícia Civil.
O lançamento reuniu representantes da sociedade civil e autoridades estaduais, como o Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário e órgãos de saúde. Diana Tabalipa, promotora de Justiça do Ministério Público do Acre (Mpac), ressaltou a importância de uma rede unida para a proteção das mulheres:
“A proteção vai além da justiça. Ela envolve saúde, tratamento psicológico, acesso ao mercado de trabalho e oportunidades de capacitação. É necessário um esforço coletivo e integrado para que essas mulheres possam se reerguer.”
A prática de ações preventivas e educativas continuadas é uma prioridade no enfrentamento à violência de gênero. Rila Freze, diretora de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), reforçou a importância da união entre Estado e municípios, bem como entre os setores público e privado:
“Essa parceria fortalece a implementação de políticas públicas e dá suporte para que as mulheres tenham acesso a direitos básicos e a oportunidades que promovam sua autonomia.”
Para Eva Evangelista, coordenadora honorífica do Tribunal de Justiça do Acre, a luta contra a violência exige engajamento de todos os setores da sociedade: “É um problema que começa com a violência psicológica e pode culminar no feminicídio. Precisamos de governos, sistema de justiça e sociedade trabalhando juntos, de forma imediata, para combater e responsabilizar os autores dessas violências.”
O projeto “Mulheres Recomeçando” é um importante passo no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres, oferecendo não apenas acolhimento, mas também ferramentas concretas para um recomeço digno e autônomo.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta
