Os prefeitos eleitos assumirão suas funções a partir de 1º de janeiro, mas o trabalho já começou. Antes da posse, muitos estão em Brasília buscando recursos federais para garantir um início de mandato produtivo e para atender às demandas mais urgentes das gestões. A busca por financiamento é legítima, mas requer atenção à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que define como o dinheiro público deve ser usado de maneira eficiente e dentro da legalidade.
No cenário climático, as enchentes e secas extremas são uma preocupação central. As mudanças no clima, alertadas há anos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), têm ocorrido de forma mais acelerada, pressionando as administrações municipais a se adaptarem rapidamente.
Rio Branco, por exemplo, enfrentou em 2023 grandes desafios causados pelas cheias do Rio Acre e dos igarapés da cidade. Segundo Ronald Polanco, a prefeitura teve que lidar com um volume significativo de gastos imprevistos. “O que foi previsto para 2050 ou 2030 já está acontecendo. Foram gastos representativos que não estavam no orçamento. Em 2023, só em Rio Branco, 17 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes dos igarapés. Isso é um sinal de que a preparação precisa começar agora”, destacou Polanco.
As secas prolongadas também trazem desafios significativos. Sem brigadas de incêndio, fiscalização ambiental e suporte aos produtores rurais, os municípios acabam recorrendo a decretos emergenciais e ajuda federal para lidar com perdas agrícolas e incêndios florestais. “o dinheiro que vem para investimento terá que ser para essas situações que surgem de forma imprevista”, alertou Polanco.
Os prefeitos eleitos têm nas mãos a chance de transformar as cidades, mas o sucesso dependerá da capacidade de equilibrar ações imediatas e um planejamento consistente. Ignorar a crise climática só perpetuará ciclos de emergência e dificuldades financeiras.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta
