Nos últimos cinco meses, o estado do Acre passou por um dos períodos mais críticos de seca em décadas, com o Rio Acre atingindo níveis históricos negativos. Em julho, o rio registrou uma marca alarmante, descendo abaixo de 1,23 metros, o menor nível dos últimos 52 anos. A situação afetou diretamente a população acreana, com restrições no abastecimento de água e impactos na vida rural e urbana.
Agora, em outubro, o Rio Acre entrou no chamado “período de transição”. No entanto, essa fase não garante uma melhora definitiva. De acordo com o Tenente Coronel Cláudio Falcão, da Defesa Civil, o cenário ainda é de instabilidade. “O rio ultrapassou a marca dos dois metros após mais de 120 dias abaixo desse nível, mas isso não significa que ele permanecerá assim. O solo ainda está extremamente seco, o que faz com que a água da chuva infiltre rapidamente e não alimente o rio de forma estável. Infelizmente, o Rio Acre está se comportando mais como um igarapé, aumentando muito com a chuva, mas logo voltando a baixar. Só no final de novembro teremos uma regularidade nas chuvas e, até lá, o risco de novos períodos de baixa é grande”, explicou.
Com a seca severa, a Defesa Civil já atende mais de 30 mil pessoas na zona rural com caminhões-pipa diariamente, e a dificuldade para manter o abastecimento tem aumentado. Além disso, mesmo com o aumento temporário no nível do rio, ainda há a recomendação de economia de água. “Economia de água não deve ser algo sazonal, mas sim uma cultura. O desperdício é o maior problema. Uma família de quatro pessoas precisa de cerca de 11 mil litros de água por mês, mas no Acre, o consumo médio é de 23 mil litros, mais do que o dobro”, alertou Falcão.
Com a chegada das chuvas, também surgem novos riscos. No último domingo, uma forte chuva acompanhada de ventos causou transtornos em Rio Branco, e o Tenente Coronel Falcão destacou que episódios semelhantes podem se tornar frequentes. “As chuvas intensas podem trazer mais problemas, como no último fim de semana. É preciso que as pessoas tenham cuidado, se abriguem e evitem ficar em áreas abertas durante tempestades.”
A população segue em alerta, com as autoridades reforçando a necessidade de cautela tanto em relação ao consumo de água quanto aos riscos climáticos que ainda podem se intensificar nos próximos meses.
Com informações do repórter Luan Rodrigo para TV Gazeta
